Operação desarticula quadrilha que dava golpes em bancos

Policiais do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco) e da Polinter deflagraram uma operação na manhã de ontem (23) para desarticular uma quadrilha de hackers que atuava nos crimes de fraude na internet e na revenda de veículos vindos do Ceará em Teresina. Foram nove mandados de prisões, sendo sete em Teresina e dois em Fortaleza-CE. Quatro pessoas já estão presas.
Os presos foram encaminhados à sede do Greco e ouvidos pela delegada de crimes virtuais, Rejane Piauilino, que informou que os mandados são de prisões temporárias e todos os suspeitos são do Piauí, mas dois estão em Fortaleza. "É uma quadrilha que fazia ostentação nas boates de Teresina, chegava a gastar R$ 10 mil só em uma noite. Eles invadiam as contas bancárias e faziam transações e ainda conquistavam donos de cartões para ratear o valor do golpe", explicou a delegada.
De acordo com o delegado geral Riedel Batista, as investigações duraram um ano para conseguirem provas contra os suspeitos. "Precisávamos de comprovação dos elementos fazendo a fraude por meio da internet e verificamos conexões pelo Ceará. Essa operação foi deflagrada hoje (ontem) porque já estava bastante madura e tinha que ser feita, mesmo o Greco comandando algumas investigações grandes como caixas eletrônicos e dos concursos, mas essa operação tinha que ser feita hoje", ressalta o delegado.
Foram apreendidos computadores, celulares, cartões de créditos e três carros, dentre eles um Camaro. Os suspeitos responderão por estelionato, associação criminosa.
A operação foi denominada de Phishing, que é uma forma de fraude em que o atacante tenta apreender informações por meio de e-mail ou mensagens instantâneas, onde a vítima recebe uma mensagem que parece ter sido enviada por contato ou organização conhecida e os phishings reúnem informações básicas pelas redes sociais sobre as vítimas.
As quarto pessoas presas foram identificadas como Ismael Carlos Vieira da Silva, vulgo "Catita", Anna Joaquina Queiroz Nascimento, Denis Breno Silva Azevedo e Geannyne Rafael Alves Nepomuceno, vulgo "Rafael Olhão". Mais cinco pessoas, entre eles, os considerados líderes da quadrilha, ainda estão foragidos.
De acordo com o coordenador da Greco, delegado Carlos César Camelo, eles seriam instrumentos dos líderes para captar os possíveis laranjas com suas contas bancárias.
"São pessoas ligadas à organização criminosa, que conseguimos provas, mas não são os hackeres. Eles são os indivíduos que conseguem pessoas para emprestar as contas, vão sacar o dinheiro nos bancos, são instrumentos da organização", explica Carlos César.
Segundo a Polícia, os líderes seriam Jailton Rubens de Almeida Sousa, vulgo Manin, e Kawill Willames Menezes Rodrigues, que estão foragidos, juntamente com Romário Lima dos Santos, Antônio Sousa da Silva, vulgo Nego Teixeira ou Neto Bacelar, e Dielly Maria Veras Lima.
O inquérito originou a partir de um dos laranjas que começou a ser ameaçado pela quadrilha, após o dinheiro, cerca de R$ 60 mil, ter sido bloqueada pelo banco em sua conta. "Eles pediram o empréstimo que foi transferido para o Banco do Nordeste em Joaquim Pires e depois para agência do laranja no Banco do Brasil que bloqueou a quantia e quando a quadrilha começou a cobrá-lo, ele dizendo que não tinha o dinheiro, ameaçaram seu pai de morte e por isso ele resolveu procurar a Greco", afirmou o delegado Carlos César, que informou que isso aconteceu em novembro de 2015.
O valor movimentado pela quadrilha não foi divulgado pela Polícia, já que com as buscas foram apreendidos vários cartões de crédito e mais vítimas devem aparecer. "Ainda vamos trabalhar para especificar os valores, porque ainda não tem um número total de vítimas e para estabelecer os valores, mas a dinamicidade da quadrilha era muito grande, todo dia entra mais gente e são feitas mais vítimas. Mas, eles ostentavam em restaurantes e boates com contas de R$ 10 mil, que é muito comum nesse meio de crimes virtuais, também ostentavam com carros caros, já que na hora que pegavam o dinheiro gastam grande parte logo", declarou Carlos César.
O coordenador do Greco informa que tem mais gente envolvida, já que mexiam com muito dinheiro e as ramificações já foram comprovadas no Maranhão, Ceará e até em Goiás.
VEÍCULOS PICANHA - Uma das maneiras de lavar o dinheiro que a quadrilha utilizava era a compra e venda de carros de luxo no mercado criminoso. "São veículos comprados e financiados em nomes de laranjas ou com documentos falsos, que as prestações não eram pagas e as financiadoras ficam em débito, e são vendidos de um para o outro. Carros como Camaro, Mercedes, BMW que são de alto valor e é um mercado criminoso muito lucrativo que são chamados de veículos picanha", destaca o Carlos César.
Operação foi deflagrada na manhã de ontem

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