Após 31 dias, bancários aceitam proposta e encerram greve no Piauí
Durante assembleia
realizada no início da noite de ontem, bancários do Piauí decidiram pôr fim à
greve que durou 31 dias, a maior desde 2004, que havia durado 30 dias. A
categoria votou a favor da proposta oferecida pela Federação Nacional dos
Bancos (Fenaban)- braço sindical da Febraban, que representa os bancos-. As
propostas específicas de cada banco também foram atendidas, por isso bancários
retornam ao trabalho hoje, com todas as agências abertas normalmente.
Em reunião realizada na
quarta-feira (5), a Federação ofereceu aos bancários, após dez rodadas de
negociação, reajuste de 8% em 2016 e abono de R$ 3.500. A proposta também
incluía aumento de 10% no vale refeição e no auxílio-creche-babá e de 15%, no
vale alimentação.
Os bancos também se
comprometeram a garantir aumento real de 1% em todos os salários e demais
verbas e concordam em implantar a licença-paternidade de 20 dias, conforme lei
sancionada neste ano, ainda durante o governo Dilma Rousseff. A Fenaban também
disse que não haverá compensação dos 30 dias de greve.
Apesar da longa duração da
greve é a primeira campanha em anos que os trabalhadores não conquistam aumento
real. Segundo a Fenaban,a maior parte dos trabalhadores já garantiria a
reposição da inflação, com o pagamento do abono. Mas esse abono não é
incorporado ao salário. O acordo proposto pelos bancos tem validade de dois
anos.
NEGOCIAÇÕES- Os bancários reivindicaram a reposição da inflação do
período, mais 5% de aumento real (totalizando 14,78% de reajuste), valorização
do piso salarial - no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$
3.940,24 em junho) e PLR de três salários mais R$ 8.317,90.
Antes do início da greve,
no dia 29 de agosto, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) propôs
reajuste de 6,5%. Duas novas propostas foram apresentadas depois do início da
paralisação, nos dias 9 e 28 de setembro, de reajuste de 7%. Todas foram
rejeitadas pelos bancários, que decidiram manter a greve por tempo
indeterminado.
No ano passado, bancários
haviam parado por 26 dias e receberam aumento real de 0,11%, o menor em seis
anos.
TRANSTORNO- A paralisação causou uma série de problemas para quem
precisou fazer operações bancárias. Algumas situações não podiam ser resolvidas
em canais de autoatendimento e outros recursos alternativos.
A vendedora Maria Alice
Silva disse que, na terça-feira (4), tentou sacar dinheiro em três agências, em
Teresina, e não conseguiu por falta de cédulas nos caixas eletrônicos.
"Até serviços simples estão ficando comprometido com a greve. E a gente
acaba tendo que recorrer às casas loterias, superlotadas o dia inteiro",
comentou.
A greve dificultou também a
vida de quem precisou fazer saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
(FGTS) ou receber algum benefício social na Caixa Econômica Federal.
Durante a paralisação, a
Febraban orientou que os clientes usassem os caixas eletrônicos para
agendamento e pagamento de contas (desde que não vencidas), saques, depósitos,
emissão de folhas de cheques, transferências e saques de benefícios sociais.
Na quarta-feira (5), 13.123
agências e 43 centros administrativos ficaram fechados segundo balanço da
Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), o
correspondente a 55% dos locais de trabalho em todo o país. O dia em que foi
registrado o maior número de agências fechadas foi 27 de setembro, quando
13.449 fecharam as portas. ( Com informações do G1 e Folha do SP)
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