Prefeitos derrotados praticam atos ilegais no final da gestão
Jailson Campelo, do TCE |
Prefeitos derrotados nas eleições de outubro estão tentando de todo modo aproveitar os últimos dias de mandato para realizar licitações, contratar servidores e promover concursos públicos. São todas ações proibidas por lei nos últimos 180 dias de gestão municipal, em função dos impactos financeiros que terão nas futuras administrações dos municípios.
A maioria dos municípios piauienses está com os salários dos servidores atrasados. Nos últimos dois meses, o Tribunal de Contas do Estado (TCE-PI) recebeu centenas de denúncias de irregularidades nos municípios e bloqueou as contas de dezenas de prefeituras por atraso nos salários e outras ilegalidades. Também suspendeu concursos e contratações de servidores e impediu prefeitos de sacarem dinheiros destinados aos municípios, como os precatórios do antigo Fundef (Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério).
Só na sessão extraordinária de sexta-feira do TCE-PI, foi determinado o bloqueio das contas e suspensa nomeações de concursados em Buriti dos Lopes, Santa Cruz do Piauí, Monsenhor Gil e Flores do Piauí. Além de atraso nos salários e nomeação ilegal de concurados, há também débitos com recolhimento de FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e de repasses previdenciários.
Os prefeitos também estão aproveitando o fim de mandato para, em acordo com as câmaras municipais, aumentar os próprios salários. A Rede de Controle, principalmente o Tribunal de Contas do Estado e o Ministério Público, tentam barrar na Justiça o aumento dos salários de prefeitos, vice-prefeitos, secretários e vereadores para valer a partir do próximo ano. O TCE e o MPE realizaram fiscalizações e confeccionaram um relatório onde apontam que quase 100% das Câmaras Municipais no Piauí reajustaram os valores dos salários em media de 30%.
“O Tribunal de Contas não pode dizer para os vereadores não legislarem. Mas existe lei que proíbe o aumento de despesas no ultimo ano de mandato, e também diz que não pode haver e reajuste depois da eleição. É um período proibitivo. O TCE está notificando esses gestores, dizendo que eles não podem aprovar esses reajustes”, explicou o conselheiro-substituto do TCE-PI, Jaylson Campelo.
Comentários
Postar um comentário