Governo vê dificuldades para pagar a folha
O secretário estadual da
Fazenda, Rafael Fonteles, demonstrou preocupação com a possibilidade de o
Estado atrasar o pagamento do funcionalismo, se não houver uma ajuda emergencial
do Governo Federal. Segundo ele, desde o inicio do ano o Piauí perdeu R$ 300
milhões em repasses do Fundo de Participação do Estado (FPE), que representa
mais da metade da receita do Estado. "Temos dificuldades de honrar as
despesas correntes", declarou o secretário.
Rafael Fonteles informou
que houve um agravamento no déficit financeiro, sobretudo nos repasses do FPE,
que têm sido frustrados. "Isso frustra também as nossas expectativas e o
déficit mensal continuado vai crescendo", alertou o secretário.
Em conseqüência da crise
econômica do país, de acordo com ele, tem menos dinheiro circulando e há menos
recolhimento de impostos nos estados, o que gera essa queda nos repasses do
FPE. Como esse fundo representa mais de 50% da receita do Estado, a crise vai
se agravando por aqui.
Rafael alertou que os
estados de Sergipe e do Rio Grande do Norte já estão atrasando os salários dos
servidores. "Mais cedo ou mais tarde isso vai chegando a cada um dos
estados. O Piauí não é uma ilha, mesmo diante das medidas já adotadas, existe
uma forte crise econômica e temos dificuldades para honrar as despesas
correntes", advertiu.
O secretário afirmou que se
não vir ajuda emergencial do Governo Federal, o Piauí vai estar numa situação
difícil, como já estão outros estados do Norte, Nordeste e Centro Oeste.
"É por isso que os
governadores, liderados por Wellington Dias, estão lutando por uma compensação
com o alongamento da divida, que só beneficia os estados do Sul e Sudeste, que
detêm 90% da dívida com a União", argumentou. Rafael informou que mais de
15 estados estão atrasando salários e dependem do Governo Federal. Ele frisou
que desde o ano passado o Piauí tomou medidas de contenção de gastos e tem
cortado despesas em todos os níveis de governo.
Com o agravamento da crise, os corte chegam a 30% das
despesas correntes. Mesmo assim, as dificuldades estão aumentando. "Antes,
tínhamos alternativas como incremento da receita própria, com o uso dos
depósitos judiciais e outras medidas, mas essas ferramentas e essas atividades
estão se esgotando. Estamos usando a criatividade, mas as dificuldades estão
aumentando", finalizou o secretário de Fazenda.
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