Deputados dizem que cassação de Cunha foi tardia

Nove dos dez deputados federais do Piauí votaram "sim" pela cassação do mandato do agora ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB), na noite de segunda-feira. A deputada Iracema Portella (PP) não compareceu à votação devido a problemas de saúde. Cunha foi cassado na noite de anteontem por quebra de decoro parlamentar ao ter mentido em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, quando negou ter contas no exterior.
Foram 450 votos contra 10, com nove abstenções e 42 ausências. Além de ser cassado, o ex-presidente da Câmara Federal fica inelegível por oitos anos. Votaram pela saída de Cunha os deputados piauienses Assis Carvalho (PT), Átila Lira (PSB), José Maia Filho, o Mainha (PP), Júlio César (PSD), Heráclito Fortes (PSB), Marcelo Castro (PMDB), Paes Landim (PTB), Rodrigo Martins (PSB) e Silas Freire (PR). Ao todo, levou 11 meses para que os parlamentares votassem pela saída de Eduardo Cunha.
A representação que resultou na cassação do deputado foi feita no dia 13 de outubro de 2015 pelos partidos Psol e Rede Sustentabilidade. Para os deputados Rodrigo Martins (PSB) e Silas Freire (PR), "o processo se arrastou" e a cassação aconteceu de forma tardia devido às manobras de Eduardo Cunha quando ainda estava na presidência da Casa e devido ao grupo de parlamentares que continuavam fieis ao deputado. "Ela (cassação) poderia ser bem mais célere, mas devido à influência e ao conhecimento do regimento interno, ele (Eduardo Cunha) sempre conseguia uma saída, mas ontem (anteontem) a gente deu uma resposta à população, uma resposta também às pessoas no sentido de moralizar e tornar a política mais limpa, mais transparente", disse o deputado Rodrigo Martins ao Diário do Povo.
"Essa decisão já deveria ter sido tomada há muito tempo. Era notório que ele mentiu na CPI, alegando que não tinha relação financeira no exterior, e também com todas as acusações do Ministério Público. Já tínhamos feito apelos veementes para seu afastamento há meses atrás.  Eram denúncias praticamente incontestáveis de recebimento de propina e avalanches de notícias negativas sobre suas atividades", destacou o deputado Silas Freire.


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