Instituições desconfiam da atuação de facções e pedem Raio-X em presídios
A Secretaria
de Justiça, OAB-PI, MPE, Defensoria Pública e o Judiciário se reúnem hoje (10)
para fazer uma avaliação do sistema penitenciário piauiense. Essas instituições
pretendem atuar em conjunto para tentar buscar soluções para a superlotação e
ainda se prevenirem sobre a atuação de facções criminosas dentro dos presídios
no Piauí.
O secretário de Justiça, Daniel Oliveira, que
convocou a reunião para dividir as responsabilidades, deve apresentar um
relatório sobre a população carcerária, as condições do sistema penitenciário e
as possíveis providências para melhorar o quadro. O encontro acontece a partir
das 11 horas, na sede da Academia de Polícia Penitenciária.
Segundo o presidente da OAB-PI, Chico Lucas,
as instituições querem mais informações sobre o sistema carcerário. Querem um
raio-X do sistema para adotarem medidas de precaução e evitar problemas maiores
como estão acontecendo em outros estados. “Estamos monitorando para avaliarmos
a realidade dos presos e tentarmos reduzir os números, principalmente de presos
provisórios”, acrescentou.
Chico Lucas
afirmou que a população carcerária é quase o triplo da capacidade dos
presídios. De acordo com o vice-presidente do Sinpoljuspi, Cleiton Holanda, a
Casa de Custódia, por exemplo, tem capacidade para 330 presos, mas abriga mais
de 1020. Ele informou que são 5 mil presos sob a observação de 2.180 agentes
penitenciários em quinze unidades prisionais.
“Achamos que
existe um excesso de encarceramento e o desafio é julgar os presos provisórios.
Essa realidade carcerária do Piauí se retrata com a situação da Custódia. Temos
que reduzir esse número de provisórios. Mas ainda faltam muitas informações e
os mutirões são soluções paliativas”, assinalou o presidente da OAB.
As instituições suspeitam que existem facções
atuando dentro dos presídios, mas não no nível de organização das que
promoveram os motins no Amazonas e em Roraima. “Mas temos que observar o nível
dessas organizações e como esses grupos atuam. Se eles se unem em torno de
elementos comuns”, comentou Chico Lucas.
Chico Lucas, presidente da OAB |
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